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    5G deve impulsionar economia, mas implementação no Brasil precisa avançar

    Levantamento da CNI aponta que atrasos na adoção da tecnologia podem limitar competitividade da indústria brasileira

    Diego MendesTiago Américoda CNN

    Em São Paulo

    Os brasileiros aguardam a chegada do 5G visando uma revolução na telecomunicação. Esta tecnologia vai possibilitar avanços como cirurgias remotas, carros autônomos e ganhos de competitividade para a indústria. Porém, ainda não está disponível em larga escala no Brasil.

    Um levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) reforça a urgência da implementação do 5G no país e quais os impactos que a tecnologia traria ao setor.

    O engenheiro de sistemas eletrônicos da USP Marcelo Zuffo explica que o novo sistema 5G é muito parecido com o que já estamos habituados. São as ondas eletromagnéticas das antenas, geralmente instaladas nos topos dos prédios e que carregam os dados pelo ar.

    É parecido, mas muito mais rápido e eficaz. A principal diferença é que o 5G usa frequências de ondas muito menores e, com isso, a nova tecnologia carrega muito mais informação.

    “Vai ser uma guinada na história da humanidade. Imaginem tudo: nossas casas, câmeras, eletrodomésticos. Há uma tendência irreversível de conectividade extrema na sociedade”, diz Zuffo.

    O problema é que essas frequências são menos penetrantes. Por isso, serão necessárias milhares de antenas dessas espalhadas pelas cidades.

    “É por isso que nós temos uma preocupação muito grande de como vamos implantar o 5G no Brasil. Se a gente errar, isso pode levar a situações irreversíveis no médio e longo prazo”, explica o especialista.

    Na corrida pela chamada quarta revolução industrial, estão as maiores economias do mundo. Para isso, é avaliado o número de cidades de cada nação que já estão utilizando a tecnologia.

    Segundo a pesquisa exclusiva da CNI, a China lidera esse processo com 341 cidades, seguida pelos Estados Unidos, com 279, Coreia do Sul, com 85, e Reino Unido, com 54. O levantamento também aponta que, em apenas um ano, o aumento do uso do 5G foi de 350%.

    A ausência do Brasil, até agora, na implantação do 5G, faz acender um alerta sobre a demora do país em se estruturar para começar a operar essa tecnologia.

    “O que vemos na pesquisa é uma aceleração do mundo em direção ao 5G. Tínhamos, em 2020, 378 cidades do mundo, segundo o levantamento que a gente fez. Agora, são mais de 1.300 cidades [com 5G implantado] e é importante que o Brasil acompanhe este processo para não ficar atrás e limitar a competitividade das empresas brasileiras”, avalia o superintendente de Desenvolvimento Industrial da CNI, João Emilio Gonçalves.